Uma das principais áreas de intervenção determinadas pelo Quadro Estratégico da União Europeia para a Saúde e Segurança no Trabalho 2014-2020, respeita à Educação onde a “…saúde e segurança no trabalho constitui um elemento-chave para o desenvolvimento de uma cultura de prevenção, através do ensino das crianças e dos jovens adultos no sentido de viverem e trabalharem em segurança.”
Infelizmente, nos dias que correm, muito dos jovens trabalhadores, adotam práticas de trabalho imprudentes que colocam em risco a sua integridade física, acarretando consequências, temporárias ou permanentes, como o envolvimento em acidentes de trabalho e/ou o desenvolvimento de doenças profissionais. A esta condição podem estar associados factores como:

 

:: desconhecimento dos riscos associados às tarefas a executar;
:: formação insuficiente para a actividade a desempenhar;
:: falta de reconhecimento pelo empregador sobre a protecção adicional que os jovens trabalhadores necessitam;
:: inibição em falar dos seus problemas e condições de trabalho, com receio de eventuais represálias;
:: aspetos individuais, nomeadamente fatores relacionados com o estilo de vida praticado pelo jovem trabalhador.

 

Para apoiar e incentivar os jovens trabalhadores na adopção da prevenção de riscos laborais, é determinante promover uma forte cultura de segurança na organização, envolvendo e encorajando a participação dos jovens trabalhadores nas questões relacionadas com a segurança, definindo deste modo um bom começo para a minimização e controlo da exposição aos riscos profissionais, antevendo um investimento com retorno muito positivo a médio/longo prazo.
O acompanhamento e supervisão do empregador sobre o trabalho prestado pelos jovens trabalhadores, oferecendo condições de trabalho seguras e compatíveis com as suas capacidades e aptidões mentais e físicas, contribuem para a melhoria da qualidade do trabalho prestado, com os consequentes efeitos na satisfação dos trabalhadores e do clima laboral da empresa, bem como na redução efetiva dos índices de sinistralidade laboral. Mas não só!
Comportamentos aditivos não podem ser permitidos no trabalho, não só pelo impacto negativo que esta conduta tem na saúde e na segurança do próprio, como de terceiros. Deve privilegiar-se a adopção de um estilo de vida saudável, para o que os trabalhadores devem regularmente receber sensibilização.
A cooperação entre trabalhadores mais experientes e com maior antiguidade na empresa com os jovens trabalhadores, proporciona igualmente, uma mais valia, possibilitando uma melhor integração, envolvimento e conhecimento da realidade organizacional.
A formação e a instrução dos jovens trabalhadores, iniciada no momento de integração na empresa, constitui um fator determinante para o seu desenvolvimento, despertando a sua consciência para a perceção dos riscos no seu meio laboral e a necessidade de adoptar medidas preventivas, em sua defesa.
Espera-se com a aplicabilidade das práticas anteriormente referidas, contribuir positivamente para envolvimento e empenho de todos os intervenientes, especialmente dos jovens trabalhadores, promovendo a adopção de condutas que possam contribuir para locais de trabalho mais saudáveis e seguros.

Elisabete Ramos,
Técnica Superior de Segurança no Trabalho, Ecosaúde, S.A.