Segundo a Organização Mundial de Saúde, o fumo do tabaco constitui-se como um importante agente cancerígeno a considerar nos locais de trabalho. A exposição continuada a determinadas substâncias presentes no tabaco, tais como o benzeno, o formaldeído e as nitrosaminas, é tão nefasta para a saúde dos fumadores como para a dos não fumadores, podendo estar na origem no desenvolvimento de determinados problemas de saúde a nível cardiovascular e/ou respiratório na população trabalhadora. Sabe-se, ainda, que o tabagismo é responsável direto de 90% dos casos de cancro do pulmão, contribuindo, igualmente, para a morte adicional de 600 mil pessoas não fumadoras por ano em todo o mundo por exposição indireta ao fumo do tabaco. Como tal, torna-se fulcral, o investimento em campanhas de sensibilização e programas de prevenção relativos ao consumo tabágico nas organizações.

No dia 31 de maio celebra-se o Dia Mundial sem Tabaco. Ao longo dos anos, esta data tem sido habitualmente assinalada por várias empresas para a apresentação de campanhas promotoras de criação de Locais de Trabalho Livres de Fumo, designadamente ao nível da desnormalização do consumo de tabaco e a imposição da interdição de fumar no trabalho. As organizações podem também apostar na promoção de políticas promotoras de hábitos saudáveis em contexto laboral em conjunto com os Serviços de Saúde Ocupacional, de forma a encorajar de trabalhadores para o abandono do consumo tabágico.

Os psicólogos, como especialistas no estudo do comportamento e dos processos mentais, desempenham um papel fundamental na prevenção do consumo de tabaco no contexto da sua prática profissional. O stress e os problemas de saúde psicológica ligados ao trabalho, constituem um fator de risco para a adopção de comportamentos menos saudáveis, tais como o hábito de fumar. Deste modo, os psicólogos podem também promover programas de avaliação de riscos psicossociais nas organizações e a criação de locais de trabalho saudáveis.

Considerando o papel aditivo da nicotina, a prevenção do tabagismo é, sem dúvida, mais eficaz do que a sua cessação. Não obstante, através do Serviço Nacional de Saúde, é possível ter acesso a informação baseada em evidência científica sobre programas de cessação tabágica. Salienta-se que, a probabilidade de sucesso é significativamente superior, quando se realiza um tratamento combinado entre intervenção farmacológica (para resposta aos efeitos fisiológicos da dependência) e intervenção psicológica (para resposta aos aspetos comportamentais da dependência).

Para o efeito, consulte o seu médico de família ou aceda a www.sns24.gov.pt/guia/deixar-de-fumar/.

Diogo Gonçalves
(Psicólogo Clínico e da Saúde, Ecosaúde)