Relatório Sobre Atividade Física 2020, SNS e DGS
A ATIVIDADE FÍSICA É UM FORTE ALIADO DO BEM-ESTAR,
CADA MOVIMENTO CONTA
Foi publicado pela Direção Geral da Saúde (DGS), em dezembro de 2020 mas dado a conhecer recentemente, o Relatório do “Programa Nacional Para a Promoção da Atividade Física 2020” (PNPAF 2020), um programa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e da Direção Geral da Saúde (DGS).
Pela forte relação deste tema com a Saúde Ocupacional, fazemos um breve resumo do Relatório e disponibilizamo-lo na versão original, para leitura integral.
Por vezes, de tão repetido, parece um lugar comum dizer que a prática de atividade física (AF) é imprescindível para a saúde, na prevenção e no tratamento de um conjunto de doenças crónicas, algumas das quais são as principais causas de morte em Portugal.
Falamos das doenças cerebrovasculares, cardiovasculares e alguns tipos de cancro.
«A AF regular contribui para aumentar a longevidade e reduzir a carga de doença. Além do seu papel preventivo, constitui um coadjuvante terapêutico relevante num conjunto alargado de doenças crónicas não transmissíveis.
Dados de prevalência da AF recolhidos através do Inquérito Nacional de Saúde em 2019 (população residente com ≥15 anos), revelaram estabilidade na prevalência dos principais indicadores de AF e comportamento sedentário, quando comparados com os dados de 2017 do Eurobarómetro: Em 2019, 65% reportou nunca praticar qualquer tipo de exercício físico (vs. 68%, em 2017) e 63% indicou estar sentado menos de 6h/dia (vs. 62%, em 2017, que reportou que o seu período diário na posição de sentado era de 5h30 ou inferior).»
A AF é um forte aliado do bem-estar e da saúde mental.
Este tem sido um sentimento bem experimentado pelos portugueses este ano, devido ao confinamento que os obriga ao isolamento, potenciador tantas vezes do medo, da ansiedade e da depressão.
Por isto, a atividade física, foi desde o primeiro Estado de Emergência, uma exceção, pelo benefício fisico e mental que havia de trazer a todos, seguindo assim a recomendação da própria OMS.
E o objetivo da promoção da AF junto de todas faixas etárias é demonstrar que ela terá de ser transversal à sociedade e a todas as idades, que se pode fazer de forma mais ou menos formal, dependendo do contexto do indivíduo. Realizar as tarefas domésticas, ir às compras, subir e 2 de 5 descer as escadas a pé, é AF. Se pudermos fazer algo mais estruturado e sistematizado ótimo, o importante mesmo, é fazer, todos os dias.
Segundo o INE, em Portugal, as mortes motivadas por doenças, representaram 95,4% do total de óbitos na população residente em 2018.
Ou seja, em Portugal não se morre sobretudo de envelhecimento natural, mas sim de doença, sendo que cerca de um terço de todas as mortes em Portugal se devem a fatores de risco comportamentais, nomeadamente riscos alimentares, hábitos tabágicos, consumo de álcool e atividade física insuficiente.
Fatores comportamentais que podem ser alterados, se estivermos motivados para adotar um estilo de vida saudável (plano alimentar e atividade física).
A AF funciona ainda como coadjuvante de terapêutica e impedimento na progressão da doença, nomeadamente em:
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Preocupantemente, colocada a questão, neste estudo, sobre o «N.º de dias exercício físico numa semana normal», os Homens em idade ativa, entre os 25 e os 65 anos oscilam respetivamente entre 53 e 73% na resposta, em Nenhum.
À mesma questão as Mulheres em idade ativa, entre os 25 e os 65 anos oscilam respetivamente entre os 61 e os 65%, em Nenhum.
Resulta daqui que as mulheres realizam ainda menos atividade física do que os homens, mas no geral de ambos os sexos, os números do sedentarismo são muito elevados.
A promoção da AF é algo que está a dar os primeiros passos no SNS. E nas nossas empresas? O que fazemos no âmbito dos RH, da MT para informar os trabalhadores sobre a real importância e benefício da atividade e do exercício fisico diário, e como o promovemos efetivamente?
A 25 de novembro de 2020 a Organização Mundial da Saúde emitiu as novas recomendações internacionais de atividade física e comportamento sedentário, com o mote
“Cada Movimento Conta”:
As recomendações 2020 incluem um conjunto de 6 mensagens-chave principais, que a seguir se explanam:
1. A atividade física é boa para o coração, corpo e mente, promovendo o bem-estar e ajudando a prevenir e/ou gerir um conjunto importante de doenças crónicas do foro cardiovascular, físico e mental, quando praticada de forma regular.
2. Qualquer volume de atividade física é melhor do que nenhum e mais é melhor, sendo que a prática de um volume de atividade física superior ao volume mínimo recomendado fornece benefícios adicionais.
3. Toda a atividade física conta, podendo ser incluída nos diferentes contextos de vida, incluindo trabalho, forma de transporte, tarefas domésticas ou tempos recreativos.
4. Atividades de fortalecimento muscular beneficiam todos, incluindo adultos com 65 anos ou
mais, que devem incluir este tipo de atividades ao longo da semana, de forma a promover o equilíbrio, coordenação e força muscular, contribuindo para a prevenção de quedas e melhoria da saúde.
5. Comportamento sedentário em excesso é prejudicial à saúde, podendo aumentar o risco de doença cardiovascular, cancro e diabetes tipo 2. Deve, por isso, ser limitado e/ou interrompido.
6. Todos podem beneficiar com o aumento dos seus níveis de atividade física e redução do seu comportamento sedentário, incluindo mulheres grávidas ou em período pós-parto e pessoas com doenças crónicas ou com deficiência.
Novas Regras de Atividade Física da OMS:
Adultos (18 a 64 anos):
- Pelo menos, 150 a 300 minutos por semana de atividade física aeróbia de intensidade moderada ou, pelo menos, 75-150 minutos por semana de intensidade vigorosa, ou combinação equivalente de ambas as intensidades ao longo da semana. Para benefícios de saúde adicionais, aumentar o volume semanal.
- Pelo menos 2 vezes por semana, atividades de fortalecimento muscular de intensidade moderada ou superior, que envolvam os principais grupos musculares;
- Limitar o tempo despendido em comportamento sedentário, substituindo estes períodos com atividades físicas de qualquer intensidade (incluindo atividades de intensidade leve).
Adultos com deficiência (com 18 anos ou mais): Pelo menos, 150 a 300 minutos por semana de atividade física aeróbia de intensidade moderada ou, pelo menos, 75-150 minutos por semana de intensidade vigorosa, ou combinação equivalente de ambas as intensidades ao longo da semana. Para benefícios de saúde adicionais, aumentar o volume semanal.
- Pelo menos 2 vezes por semana, atividades de fortalecimento muscular de intensidade moderada ou superior, que envolvam os principais grupos musculares;
- Pelo menos 3 vezes por semana, incorporar atividades físicas de intensidade moderada ou superior, que promovam o equilíbrio funcional e o aumento da força muscular;
- Limitar o tempo despendido em comportamento sedentário, substituindo estes períodos com atividades físicas de qualquer intensidade (incluindo atividades de intensidade leve).
Atividade Física Durante o Confinamento
O nível de atividade física subiu nos Homens e nas Mulheres durante o primeiro confinamento, por comparação ao período anterior: 46,0% dos inquiridos foram classificados no nível “ativo”, compatível com a observância das recomendações de atividade física para a saúde. Esta prevalência é superior nos homens (49,9%) comparativamente às mulheres (42,6%).
Das razões que levaram os inquiridos a praticar atividade física durante o confinamento (Gráfico 11), os dois motivos mais apontados foram “Para se manter saudável” (60,9%) e “Forma de aliviar stress/tensão” (55,1%). Pág. 40
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Não esqueça, se nesta pandemia adquiriu de novos hábitos de atividade física, mantenha-os, pelo bem que fazem à sua saúde física e mental e se ainda não os adquiriu, movimente-se em casa, faça atividades domésticas, não fique no sofá a ver televisão. Saia para uma caminhada, 30 min., diariamente.