EFEITOS DO USO DA TECNOLOGIA NA VISÃO

INFLUÊNCIA DO USO DOS ECRÃS NO PESTANEJO

As tendências tecnológicas que têm vindo a ser introduzidas no trabalho, como seja a transformação tecnológica da actividade de trabalho, a robotização na actividade industrial, a sofisticação ao nível da produção, têm em comum a interação do ser humano com equipamentos informáticos com visores.

Acresce que esta interação não ficou exclusiva da esfera laboral, muito pelo contrário, expandiu-se à área do lazer dos adultos e dos mais jovens.

Muito se tem falado do impacto do trabalho com estes equipamentos, sobretudo ao nível das Lesões Músculo Esqueléticas (LMERT).

Desta vez vamos dedicar-nos a um órgão de extrema importância na interação do ser humano com o mundo – A Visão.

As queixas mais comummente relatadas são: fadiga ocular, lacrimejo, ardor ocular e sensação de corpo estranho. Muitos destes sintomas são resultado da síndrome do olho seco.

O pestanejo tem um papel importante na manutenção do nível de humidade da superfície ocular, mantendo a sua integridade, favorecendo a produção de lágrimas e a excreção de lípidos.

Depois de vários estudos, vários oftalmologistas concluíram a relação do olho seco com o maior intervalo entre pestanejar, durante a utilização do ecrã.

A frequência do pestanejo em repouso, que acontece entre 16 a 20 vezes por minuto, cai para 6 a 8 vezes por minuto, durante a utilização do computador.

Nos escritórios, pela presença de ar condicionado este risco agrava-se, sobretudo em utilizadores de lentes de contato e mulheres em menopausa.

 

SÍNDROME DE VISÃO DO COMPUTADOR

Depois do desktop e do laptop, chegaram os telemóveis, os tablet’s e o acesso permanente ao mundo da internet ao qual todos querem estar ligados. A partir do desktop, a tendência foi sempre a de diminuir o tamanho do ecrã (para maior portabilidade) e com ele, o tamanho das imagens e letras.

Recomenda-se a utilização de ecrãs de alta resolução – “Full HD” e de alta frequência (acima dos 75Hz)

O ser humano tem assim, de se adaptar à utilização da tecnologia a menores distâncias (LMERT’s) e o esforço visual aumenta. O contorno das imagens, formadas por pixel’s (embora já muito melhoradas) é de menor qualidade.

O contraste entre a imagem e o fundo e o brilho do monitor, aumentam o esforço visual para perceber a informação.

O efeito de olho seco, de que acima falámos, aumenta.

 

Quem é Afetado?

Esta síndrome afeta pessoas que passam 3 ou mais horas em frente ao computador ou a utilizar outra tecnologia dotada de ecrã de visualização.

Os oftalmologistas concluíram assim que o (ab)uso destas tecnologia provoca dificuldades visuais a que chamaram Síndrome de Visão de Computador.

 

Sintomas:

Estes sintomas incluem:

  • Cansaço visual;
  • Vermelhidão;
  • Visão baça;
  • Visão dupla;
  • Olhos secos ou lacrimejados;
  • Sensibilidade à luz.

Podem ter causas etiológicas oculares, contudo a maior contribuição, aparentemente, é o olho seco.

 

Como prevenir?

  • REGRA 20-20-20: a cada 20 minutos, retirar os olhos do ecrã e olhar durante 20 segundos para alguma coisa que esteja 20 pés de distância (6 metros);
  • Por cada hora de trabalho, descansar 5min;
  • Diminuir a cintilação e brilho do computador;
  • Adaptar ao seu conforto visual: o contraste, a cor do fundo e dos carateres;
  • Reduzir os reflexos de luz no ecrã;
  • Iluminar a sala onde trabalha com tecnologia, privilegiar sempre a luz natural. Não sendo possível, preferir a luz incandescente em relação à fluorescente;
  • Piscar os olhos com alguma frequência;
  • Utilizar lubrificantes oculares, sob supervisão médica.

Um copo de água na secretária ajuda a humedecer o ar ao seu redor, prevenindo a secura ocular.

 

Resumo realizado a partir do  “Manual de Oftalmologia”, Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, 2016, pág 14 a 18.